Cheguei ao Brunei Darussalam num ferry proveniente da Malásia Oriental via ilha de Labuan. No terminal esperava-me o David, um filipino que aqui trabalha há alguns anos na indústria farmacêutica.
O Brunei é uma monarquia islâmica governada por um sultão e situa-se na costa norte da ilha do Bornéu. É limitado pelo mar da china meridional e por território pertencente à Malásia. A maior cidade e capital deste pequeno país é Bandar Seri Begawan.
Mesquita Sultan Omar Ali Saifuddin
Bandar Seri Begawan
Foi colónia britânica até 1977 mas a oficialização da independência apenas ocorreu no primeiro dia de 1984. O processo de independência foi complicado, pois os britânicos exploravam desde 1929 as grandes reservas de petróleo e gás natural existentes na colónia, não querendo abdicar dessa riqueza mineral.
A principal atividade económica desenvolvida no Brunei é, pois, a exploração dos recursos minerais, sendo o petróleo e o gás natural os principais produtos de exportação. A exploração destes recursos garante ao país uma das maiores rendas per capita da Ásia.
(imagem retirada da net)
The Empire Hotel
O David conduziu-me pela cidade de Bandar e levou-me ao luxuoso Empire Hotel para apreciar um pôr-do-sol simplesmente fabuloso conjugado entre um cenário idílico e umas cores de fogo intensas.
Outra experiência com que eu certamente não contava num país maioritariamente islâmico, foi o facto de ter assistido a uma missa de domingo na companhia do David e dos seus amigos filipinos que aqui vivem. Este encontro dominical inclui sempre um almoço confraternal.
Em Bandar fiquei alojada na Pusat Belia, a única hostel do país ao serviço dos visitantes 'backpackers', com noites em dormitórios asseados e com ar condicionado ao preço de 10 dólares do Brunei (cerca de 7 euros).
Graças à hospitalidade da comunidade couchsurfing, as duas noites que lá passei, juntamente com a modesta contribuição que cada um deu à família da homestay em Kinabatangan, foram as únicas noites que paguei em toda a minha estadia no Bornéu.
Royal Regalia
Templo chinês
Mercado Kianggeh
Waterfront
Na marina apanhei um barco-táxi para visitar a Kampung Ayer, a vila aquática. Todos os edifícios, incluindo casas, mesquitas, restaurantes, lojas, escolas e um hospital, são construídos sobre palafitas no rio Brunei e aqui vive cerca de 10 por cento da população total do país.
Encontrei-me também com a Judy, outra simpática filipina aqui residente, que me levou a degustar especialidades malaias e numa breve visita noturna pela cidade de Bandar.
Mesquita Jame Asr Hassanil Bolkiah
Depois conheci a Jenny e com ela, e o seu gato, apanhei um barco rumo à selva.
Temburong é o distrito mais a leste de Brunei. É um exclave pois fica
separado do resto do Brunei pela Malásia e pela Baía do Brunei. A sua
capital é Bangar.
É uma área ainda pouco desenvolvida e, como tal, com floresta tropical praticamente intacta.
Mas a Jenny, uma canadiana aqui a dar aulas de inglês e com um salário de invejar, tem à disposição um casarão onde não falta nem piscina...
Que belo sítio para uns dias calmos e repousantes, visitando alguns amigos, fazendo algumas compras no mercado local, cozinhando comida vegetariana com a Jenny e usufruindo da sua ótima companhia!
O sistema educativo no Brunei proporciona educação grátis e abrangente a todos os cidadãos e o sistema de saúde é um dos melhores do mundo. Todos os cidadãos nacionais têm direito a assistência médica gratuita e os imigrantes empregados no país usufruem de cuidados de saúde a baixo custo.
A Jenny é também uma atleta, ganhou uma maratona na vila há uns meses e recolheu um prémio de quatrocentos dólares do Brunei. Sorte... ou azar! No dia seguinte torceu um pé e ainda não recuperou da maleita o que, no entanto, não a impediu de passear comigo pela floresta ao som dos 'hornbirds'.
Uns dias bem leves e tranquilos na selva de Temburong, no Brunei!