Aproveitando uma longa escala entre os voos de Banjul a Lisboa, resolvi sair do aeroporto e ir dar uma volta por Casablanca, onde ainda não tinha estado. Na minha visita a Marrocos, há uns bons anos, passámos ao largo desta cidade preferindo visitar outros pontos do país.
Não tinha bagagem a não ser uma pequena mochila com artigos pessoais (tudo o que levara para a Gâmbia eram donativos que, portanto, lá ficaram), o que facilitou esta decisão. É também uma forma de tirar partido de um voo mais económico conhecendo um novo lugar em vez de ficar ‘a secar’ no aeroporto.
Apanhei o comboio na estação do Aeroporto Mohammed V localizada no subsolo do Terminal 1. A estação foi inaugurada em 1993 e é servida por comboios da rede regional Al Bidaoui, que fornece uma ligação direta, de hora a hora, entre o aeroporto e várias estações na área metropolitana de Casablanca. A viagem durou cerca de 40 minutos até à última estação, Casa-Port, onde saí.
Casablanca é a maior cidade de Marrocos e também o maior porto e o maior centro industrial e comercial do país. Oferece uma mistura de arquitetura moderna e tradicional e é um caldeirão de culturas, com influências árabes, europeias e africanas. Na generalidade, os edifícios constituem uma versão francesa da arquitetura árabe-andaluza, brancos com linhas simples.
A cidade foi muito destruída pelo sismo de 1755. Nessa época instalaram-se na cidade muitos mercadores espanhóis passando Casa Branca (Dar el Beida em árabe) a ser conhecida como Casablanca. Em 1907 foi ocupada pelos franceses que promoveram o seu desenvolvimento.
Para além de um vislumbre da cidade, queria fazer uma caminhada, esticar as pernas, para ir conhecer a Mesquita Hassan II.
A Mesquita de Hassan II é a 14.ª maior mesquita do mundo e a 3.ª maior em África. Tem o segundo minarete mais alto do mundo com 210 metros, encimado por um laser direcionado para Meca. Conta com as últimas tecnologias como resistência sísmica, teto que se abre automaticamente, soalho aquecido e portas elétricas. Foi desenhada pelo arquiteto francês Michel Pinseau e foi inaugurada em 30 de agosto de 1993.
A sua localização, junto ao mar, deve-se a Hassan II se ter inspirado no versículo do Corão: "O trono de Deus encontrava-se sobre a água".
E pronto. Voltei à estação Casa-Port onde tornei a apanhar o comboio e regressei ao aeroporto para seguir viagem para Lisboa.