Cheguei a Bangkok no dia 11 de Dezembro, já noite, no meio de grande confusão devido aos festejos do aniversario do rei. Foguetes, barulho e muita gente nas ruas. Regresso ao 'mundo real'... Há que manter a calma! No dia seguinte decidi apanhar o comboio e fazer uma paragem em Ayutthaya, 80 quilometros ao norte de Bangkok.
Sentei-me ao pé de uma tailandesa que, ao contrario do que é habitual, falava um pouco de ingles. Deu para comunicarmos. Fizemos amizade. Ela sairia na estação seguinte mas decidiu ficar comigo em Ayutthaya para 'tomar conta de mim', já me chamava de 'sister'... Fora dos meandros turisticos revela-se a bondade do povo tailandes. É professora primaria e tambem faz produtos cosmeticos naturais. De tuk-tuk percorremos os varios templos da cidade.
Ayutthaya estabeleceu relações amigáveis com negociantes estrangeiros, incluindo os chineses Han, vietnamitas annam, indianos, japoneses e persas e, mais tarde, com os portugueses, espanhóis, holandeses e franceses, permitindo-lhes construir povoações no exterior dos muros da cidade.
A cidade está localizada no encontro dos rios Chao Phraya, Lopburi e Pa Sak e a cidade antiga sobre uma península formada por uma curva do rio Chao Phraya.
No século XVI Ayutthaya era descrita por mercadores estrangeiros como uma das maiores e mais ricas cidades do Oriente. Fernão Mendes Pinto chamou-lhe a “Veneza do Oriente”.
A comunidade portuguesa, que tinha como edifícios axiais o templo dominicano, a igreja franciscana e o seminário-templo dos Jesuítas, teve um papel importantíssimo na luta contra os invasores birmaneses.
O fundador da dinastia Konbaung na Birmânia, Alaungpaya, conhecido pelos métodos brutais de aniquilamento dos estados vizinhos, invadiu o Sião em 1760 e foi detido, já às portas de Ayutthaya, precisamente no Bandel Português. A oposição que encontraram foi tão forte, as perdas dos atacantes tão grandes, que Alaungpaya deu instruções de retirada.
Em 1765, um imenso exército birmanês, agora comandado por Hsinbyushin, filho de Alaungpaya, invadiu de novo o Sião disposto a reduzir a pó a sua capital.
O Ban Protukét resistiu durante seis meses até que, sem víveres e sem munições, os portugueses aceitaram depor armas.
À tardinha, eu e a Noi jantámos no mercado e, cerca das 21h30, apanhei novamente o comboio para seguir para Chiang Mai. Já tinha o bilhete com beliche incluído para passar a noite pois a viagem seria longa.
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