Este blog surgiu em 2009 com o intuito de relatar uma "Viagem Incógnita" que teve início com um bilhete só de ida para a Tailândia. Uma viagem independente, sem planos, a solo, que duraria quatro anos. Pelo meio surgiu um projeto com crianças carenciadas do Nepal que viria a resultar na criação da Associação Humanity Himalayan Mountains. Assim, este blog é dedicado às minhas viagens pelo Oriente, bem como a esta "viagem humanitária", de horizontes longínquos, no Nepal.

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Projeto HHM no Nepal em 2019

Em meados de março de 2019 regressei ao Nepal, desta vez acompanhada por um grupo de dez pessoas, a maioria delas minhas conhecidas, que desejavam visitar este país oriental.
Foi a primeira viagem organizada através da Associação HHM, uma viagem de quinze dias com cariz humanitário e com passagem por lugares sagrados do Budismo e Hinduísmo (Kathmandu, Pokhara e Lumbini), pernoita num mosteiro e trekking nos Himalaias.
Chegámos no dia dos festejos do Holi, o Festival das Cores que comemora a chegada da Primavera.
Os primeiros dias foram passados na capital para visita aos pontos mais icónicos do maravilhoso Vale de Khatmandu, inscrito na lista do Património Mundial da Unesco desde 1979.
Estupas budistas de Swayambunath (Templo dos Macacos) e Bouddhanath.
Bouddhanath
Uma estupa é um monumento construído sobre os restos mortais de uma pessoa importante para a religião budista. Tem o formato de torre, geralmente cónica, circundada por uma abóbada. Com o tempo, evoluiu para uma representação arquitetónica do cosmo.
Templo hindu de Pashupatinath
O Templo de Pashupatinath é um complexo religioso dedicado ao deus Shiva, o mais antigo de Kathmandu e um dos santuários hindus mais reverenciados do mundo. Fica situado em ambas as margens do rio Bagmati, sagrado para os hindus, ao longo das quais há muitos ghats (locais para banhos e cremações) para uso dos peregrinos.
Em Bhaktapur ainda era visível a destruição provocada pelo terramoto de 2015.
Bhaktapur Durbar Square
A Durbar Square é um conjunto de pelo menos quatro praças em frente ao antigo palácio real de Bhaktapur, o palácio das 55 janelas, que foi a residência da realeza até 1769, sendo agora um Museu Nacional.
Patan Durbar Square
Uma das atrações da Patan Durbar Square é o antigo Palácio Real, onde os reis da Dinastia Malla residiram por algum tempo. É uma das três praças Darbar no Vale de Khatmandu que fazem parte do Património Mundial da Unesco. Estas praças estão rodeadas por uma arquitetura espetacular que evidencia as habilidades dos artistas e artesãos neuaris (o povo indígena do vale) ao longo de vários séculos.
A última noite no Vale de Kathmandu foi passada no Mosteiro de Namobhuda, templo budista e famoso local de peregrinação, onde Buda sacrificou o seu corpo à faminta tigresa e seus filhotes. Aqui testemunhámos e partilhámos um pouco dos hábitos dos monges que ali vivem, como as refeições e as pujas (ritual de adoração budista acompanhado de cânticos). 
E daqui o grupo rumou para Lumbini, 250 km a oeste de Kathmandu.
Lumbini é o local do nascimento de Buda, um símbolo de Paz. Um local de peregrinação onde, segundo a tradição budista, a rainha Maya deu à luz Siddhartha Gautama por volta de 566 AC. Gautama alcançou a iluminação por volta de 528 aC., tornou-se Buda Shakyamuni e fundou o Budismo.
Lumbini tem vários templos antigos, incluindo o Templo Mayadevi, e vários templos novos, financiados por organizações budistas de vários países. Foi declarada Património Mundial pela Unesco em 1997.
Árvore Bodhi
Lagoa Sagrada onde se acredita que Mayadevi, a mãe de Siddhartha, tenha feito o mergulho ritual antes do seu nascimento e onde Buda também tomou o seu primeiro banho.
De Lumbini prosseguimos para a cidade de Pokhara, a segunda maior cidade do país, cerca de 200 km mais a norte.
Pokhara
Pokhara é uma bonita cidade na margem do lago Fewa, lago este onde se pode passear de barco e visitar o templo Tal Barahi situado numa ilhota. Oferece majestosas vistas para o Maciço do Annapurna e para a montanha Machhhapuchre (rabo de peixe) em particular. 
À semelhança de Varanasi, realiza-se, recentemente, junto ao lago, a cerimónia Aarti, um ritual espiritual hindu levado a cabo por um grupo de sacerdotes que executa a "Agni Pooja" (adoração ao Fogo), dedicada a Surya (o Sol), às divindades e a todo o universo. 
Outras atrações turísticas em Pokhara incluem a subida à World Peace Stupa, monumento budista que oferece majestosas vistas da cidade, do lago e das montanhas em redor.
Nas imediações situa-se o campo de refugiados tibetanos e as Devi's Falls, uma imponente cascata que se projeta num túnel e desaparece no subsolo. Depois de sair do túnel, a água, proveniente da barragem do Lago Fewa, passa pela caverna Gupteshwor Mahadev ou "caverna subterrânea", aberta ao público quando o caudal não é muito elevado.
À noite, um belo jantar com direito a espetáculo de danças típicas é uma das muitas opções em Lakeside, a parte mais turística da cidade de Pokhara, repleta de lojas, hotéis, bares e restaurantes que oferecem sabores locais e de várias partes do mundo.
Pokhara situa-se num bonito e fecundo vale e é também famosa por ser porta de entrada para o trekking na cadeia do Annapurna. E uma caminhada de cinco dias nestas montanhas fazia parte do programa (com opção de permanecer em Pokhara para os que não são destas andanças). 
Assim, ao oitavo dia de viagem, seguimos de jipe para Hile, a 1850 metros de altitude, para dar início ao trekking Ghorepani - Poon Hill, um dos trilhos de caminhada mais populares e relativamente fáceis de se fazer, de entre muitos que existem na região. 
Caminhamos cerca de 3 horas até à aldeia de Ulleri, a 1960 m., e daí cerca de 5 horas até Ghorepani, a 2850 m., pernoitando em casas de chá. 
Ao terceiro dia de trekking levantamo-nos de madrugada para subir até Poon Hill (3210m.) onde vamos assistir ao nascer do sol na cordilheira dos Himalaias, uma experiência inesquecível. 
Poon Hill é o ponto mais alto deste trekking que nos oferece o panorama impressionante dos picos dos Himalaias, incluindo Annapurna South, Annapurna I, Annapurna II, III e IV, Dhaulagiri, Lamjung Himal, Gangapurna e Manaslu, entre outros. 
Com muito cuidado para não escorregar na neve e no gelo dos degraus da encosta, regressamos a Ghorepani e continuamos caminho até Tadapani (2600m), outra aldeia pitoresca da região do Annapurna com típicas casas de pedra, onde pernoitamos. 
O trilho, circular, vai serpenteando através de fantásticas florestas encantadas envoltas na mística bruma matinal e polvilhadas de rododendros, a flor símbolo do Nepal. 
Connosco cruzam-se cavalos e burros de carga e também 'porters' transportando todo o tipo de materiais às costas, já que estas aldeias são apenas acessíveis a pé. Enquanto isso apreciamos as vistas deslumbrantes dos picos dos Himalaias. 
Continuamos a descer para Ghandruk (1960m.), uma bonita vila situada numa encosta com muitas escadas e pátios de pedra onde visitamos o museu etnográfico. 
O quinto e último dia de trekking representa uma caminhada de cerca de 5 horas de Ghandruk para Nayapul, onde nos aguarda o transporte que nos leva de regresso a Pokhara.
Evidentemente, a vertente humanitária desta viagem estava presente e tinha como objetivo conhecer um pouco do projeto da Associação HHM no terreno. Isto significa visitar crianças e escolas em aldeias remotas e dificilmente acessíveis.
Como tal, o grupo visitou uma escola nas redondezas de Pokhara onde se encontram crianças que integram o nosso projeto, a maioria pertencente às castas mais baixas da sociedade nepalesa. A distância daquela cidade à aldeia não será muita mas as condições das estradas e do terreno fazem parecer com que seja.
Apesar do tempo chuvoso e da longa espera após o término dos exames do dia, fomos recebidos com pompa e circunstância e, sobretudo, com muita cordialidade e simpatia, por parte do fundador da escola, da diretora, dos professores e alunos, do representante da comunidade local e parte desta.
Tivemos direito a flores, tikka, canções e espetáculo de dança, bem como a palavras carinhosas e de apreço. E são todas estas pequenas/ grandes coisas que nos dão a determinação para continuar o nosso trabalho, apesar de muitas situações adversas que enfrentamos e dos parcos recursos de que dispomos. 
Desde há uns anos a esta parte que dois de três irmãos órfãos de pai, oriundos de uma família pobre (o Bishwas, o Bijan e o Bipin Nepali), vêm sendo patrocinados por um grupo de amigos da minha conterrânea Maria Barros, todos residentes na Suíça. São alunos desta escola em Bhadaure e são todos bons alunos. Até o mais pequeno, que entrou este ano para o infantário, se tem revelado muito aplicado, mesmo tendo tido o azar de cair e partir o braço no caminho para a escola que, desde a sua casa, demora pelo menos meia hora a percorrer encosta abaixo. Foi assistido, recuperou e depressa retomou as atividades escolares. 
O patrocínio ajuda a colmatar as despesas escolares das crianças, desde uniformes e calçado, livros e material escolar, às propinas anuais pois esta escola veicula o ensino em inglês e não tem apoio governamental. A Associação HHM presta ainda alguma assistência à família, principalmente no fornecimento de bens alimentares.
No dia da visita, o grupo luso entregou donativos em géneros e monetários à mãe, viúva, destas crianças e deixou outros produtos (roupas, calçado, brinquedos e material escolar), entregues à diretora do estabelecimento de ensino que depois os distribuiu por alunos e suas famílias.
Para além dos três irmãos, a Associação HHM tem vindo a apoiar outras crianças órfãs e oriundas de famílias pobres e de castas baixas, como é o caso do Nirmal, de catorze anos de idade, que vive com os avós nesta região. Vai frequentar o 8°ano de escolaridade e tem sido patrocinado pela amiga e sócia Ana Baptista e seus familiares.
A viagem de grupo terminou no regresso à capital, onde ainda houve tempo para as últimas compras e para um jantar de despedida.
O grupo regressou a Portugal, eu fiquei no Nepal. Ainda havia muito a fazer relativamente ao Projeto HHM, nomeadamente visitar as restantes crianças e jovens que apoiamos neste país.
 
Ainda em Kathmandu, reencontrei-me com o David, um amigo da Catalunha que conhecera na Índia em 2012 e que voltava agora ao Nepal. Viajámos juntos para Pokhara e ele fez questão de visitar comigo as crianças do ex-lar New Vision a quem quis oferecer a sua estimada viola.
Este bonito gesto do meu amigo e músico autodidata prende-se com o facto de o David também ter crescido num lar já que era oriundo de família humilde. 
Dá gosto ver que as crianças se sentem felizes neste novo lar, situado a cerca de 6 quilómetros de Pokhara, e que estão rodeadas de novas amizades e de quem cuida bem delas. 
Quanto à pequena Shanti, que também está neste lar de acolhimento, passou uns dias comigo e com a tia que trabalha no hotel em que normalmente fico hospedada em Pokhara. Depois rumou à aldeia para passar duas semanas com a avó e a irmã, já que no início de abril decorriam as férias de final de ano letivo. De referir que todas estas crianças tiveram aproveitamento escolar e passaram de ano. 
A sua irmã, Susma, tem 12 anos e continua a viver na aldeia onde é uma ajuda e companhia preciosa para a avó que ali reside. Esta criança caminha meia hora em cada trajeto que separa a casa da escola onde vai frequentar o 6º ano de escolaridade. Tal como outras crianças órfãs recebeu todo o material escolar para o próximo ano letivo. É uma criança carente que merece todo o apoio. Obrigada à Brenda Nolden, uma amiga alemã que conheci em 2010 na Malásia, por continuar a patrocinar esta miúda!
Outra criança que tem vindo a ser patrocinada com a ajuda do meu amigo Ali Greenshields, do Reino Unido, é o Khusal, um jovem de 15 anos que vive em Pokhara com a mãe, empregada de limpeza. Vai frequentar o 10° ano, um ano difícil e com exames, em que normalmente os alunos têm que recorrer a explicações.
Embora sem mais patrocínios, temos apoiado, de alguma forma, outras crianças e jovens carenciados. É o caso da Urmila, uma jovem lutadora e inteligente, de 18 anos de idade, que perdeu os pais. Completou o liceu com a ajuda do diretor da escola de Gachok, que conhecemos e com quem colaboramos desde há uns anos, e vive agora em Pokhara num quarto alugado partilhado com uma amiga, perto da universidade. A sua determinação leva-a a querer formar-se como professora para exercer a profissão na sua aldeia. Ela trabalha para se sustentar a si própria, no entanto, renda, livros, propinas, etc. são fardos demasiado elevados e nós damos uma ajuda. Para além do apoio financeiro para pagar a renda do quarto ou pagar as propinas do curso, oferecemos também roupa e calçado.
A pequenita Babitta foi abandonada pelos pais e veio o ano passado de uma aldeia remota para estar ao cuidado dos tios que vivem em Pokhara e que têm dois filhos adolescentes. Conheço esta família há vários anos. A menina tem agora cinco anos e frequenta o infantário. É esperta e super carinhosa. Para além do apoio em material escolar, damos ajuda para outras necessidades prementes como alimentação e cuidados médicos, se for o caso. 
Depois de todas estas diligências, a noção de missão cumprida aproximava-se do fim. Ainda festejei em Pokhara a noite da passagem de ano, antes de me despedir dos amigos e do pessoal do hotel. O calendário nepalês, conhecido como Bikram Sambat, é baseado num antigo calendário da tradição hindu que está aproximadamente 57 anos adiantado em relação ao calendário gregoriano. Ou seja, no dia 14 de abril de 2019 comemorámos a entrada no novo ano de 2076! As crianças estão em férias e brevemente entrarão também num novo ano escolar. 
Hora de regressar à capital onde ainda me dirigi à sede da associação nepalesa Sano Paila para fazer uma pequena doação às vítimas do forte temporal que ocorreu no sul do Nepal, nos distritos de Bara e Parsa, no dia 1 de abril. Esta associação tem vindo a prestar ajuda aos desalojados no terreno. Conheci o Vikram, um dos membros desta organização, em 2011 no Nepal e desde então já nos encontrámos por cinco vezes, tanto no Nepal como em Portugal. 
Depois despedi-me dos recantos, dos cantos e encantos, das ruas e dos templos que adoro, das cores,  dos cheiros, das comidas e da vibração tão peculiar e fascinante de Kathmandu. 
Hora para novos voos!
Em dezembro, chegou a este longínquo país dos Himalaias o jovem português Miguel Dias para participar como voluntário no projeto da Associação HHM que abraça crianças órfãs, vulneráveis e desfavorecidas. Como aconteceu com outros voluntários, o Miguel foi recebido pelos nossos colaboradores nepaleses no aeroporto de Kathmandu e, depois de uma noite num hotel da capital, rumou de autocarro para Pokhara, cerca de 200 km a oeste, onde se desenrola o programa de voluntariado.
Como ficaria no Nepal mais de dois meses, ia incumbido de visitar e levar assistência à maioria das crianças que fazem parte do nosso projeto, mesmo não sendo fácil o acesso às aldeias onde algumas se encontram.
Assim, deslocou-se a Panchase onde vivem o Nirmal Nepali e os pequenos irmãos Bishwas, Bijan e Bipin. Para além do contributo monetário distribuído em mão a cada uma das famílias (avó do Nirmal e mãe dos três irmãos), foram ainda fornecidos outros bens, tais como vestuário, calçado e alimentos. Foram ainda atualizadas, junto da diretora da escola onde decorreu o encontro, as despesas com propinas e outros materiais escolares adquiridos pelas crianças. 
A Associação HHM tem feito os possíveis para proporcionar a estas crianças, órfãs e carenciadas, um futuro melhor através da educação, para que um dia elas próprias possam ajudar e melhorar a vida dos seus.

O Miguel também esteve com o Khusal e a sua mãe, bem como com a pequena Babitta e a jovem Urmila. A todos levou ajuda e presentes. 
Uma vez que eu me encontrara com ele antes da sua partida para o Nepal, o Miguel ia também incumbido de entregar em mão, a crianças nepalesas, postais de Boas Festas elaborados por alunos de uma escola básica do concelho de Sintra. Dirigiu-se então ao lar, nas imediações de Pokhara, onde se encontram várias das crianças do ex-lar New Vision, incluindo a Shanti. E as crianças responderam, por sua vez, a estes postais de Natal já que, também ali, celebram esta festividade pois pertencem a uma minoria cristã neste país que é maioritariamente hindu.
Depois da visita a alguns locais de interesse turístico da cidade, o Miguel, que até então esteve hospedado num hotel em Pokhara, deslocou-se para uma aldeia das redondezas a fim de desenvolver o programa de voluntariado numa escola pública, ficando alojado em casa de uma família local.
Reitero, em nome da Associação Humanity Himalayan Mountains, os nossos sinceros agradecimentos aos amigos que, até à data, continuam a apoiar esta missão, seja através da sua fidelização como sócios desta ONGD, seja através do apadrinhamento de crianças órfãs e carenciadas, o que, neste caso, significa contribuir para a prossecução dos seus estudos e para algum apoio às suas famílias através da doação de calçado, vestuário, bens alimentares ou o que mais for premente. De salientar, igualmente, a dedicação dos voluntários e a participação dos viajantes portugueses que se deslocaram ao país. 
Gratidão também àqueles que nos fazem chegar os seus donativos esporádicos, como é o caso do estabelecimento «Poção Mágica» em Caldas da Rainha, que tem doado uma percentagem da receita dos workshops que dinamiza, dedicados à criação de produtos naturais de higiene e cosmética; como é o caso de amigos do Norte que angariam fundos através de pequenos calendários; como é o caso da empresa austríaca Hansa Flex (conheci o filho do presidente como voluntário no Nepal) ou como é o caso da portuguesa Fundação Oriente. 
Agradeço também à Livraria “Espiral”, em Lisboa, que permitiu que aí estivesse patente, no início do ano, uma exposição de pintura com quadros, da minha autoria, alusivos às montanhas dos «Himalaias». 
E, por fim, informo que a HHM atua em países desfavorecidos como é o caso do Nepal, no continente asiático, e que este ano se expandiu à Gâmbia, no continente africano. 

Bem hajam! Namastê! 

Contacte-nos para: info@humanity-himalayan-mountains.pt

 ou consulte o n/ website: