O rio Mondego é o quinto maior rio português e o maior a correr exclusivamente em território nacional. Nasce na Serra da Estrela, num local conhecido por Mondeguinho, no concelho de Gouveia, a uma altitude de 1525 m.
Percorre uma extensão de 258 km atravessando toda a região do Centro (Região das Beiras) até desaguar no Oceano Atlântico junto à cidade da Figueira da Foz.
O rio Mondego oferece excelentes opções de turismo, com atividades na natureza, descidas em canoa e também com diversas praias fluviais ao longo do seu curso como as de Ribamondego, Ponte Nova, Penacova, Palheiros/Zorro e Pé Rodrigo.
Junto a Penacova, depois de ter recebido o Alva, seu afluente da margem esquerda, o Mondego estrangula-se ao atravessar o contraforte de Entre Penedos e surgem as altas assentadas de quartzíticos dispostos quase verticalmente, como se de livros numa estante se tratasse. Este monumento natural, que o tempo esculpiu ao longo de mais de 400 milhões de anos, recebeu a designação popular de Livraria do Mondego.
Depois de se libertar das formações xistosas e quartzíticas, e já nas imediações da cidade Coimbra, o rio inaugura o seu curso inferior, constituído pelos últimos 40 km do seu trajeto. Nesta última etapa, percorre uma vasta planície aluvial, cortando os municípios de Coimbra, Montemor-o-Velho e Figueira da Foz.
Nos últimos 7,5 km do seu troço desdobra-se em dois braços que voltam a unir-se junto à foz, formando entre si a pequena Ilha da Morraceira cujo nome derivaria de uma planta, a Spartina stricta, uma gramínea muito abundante na região do Baixo Mondego, vulgarmente conhecida por morraça.
A Ilha da Morraceira, com cerca de 7 quilómetros de extensão e 580 hectares de área, é constituída por vastas extensões de sapais, caniçais, juncais, salinas, arrozais e aquaculturas ou pisciculturas. É um local de interesse ornitológico que alberga várias espécies de aves como o flamingo, a garça-real, a garça-branca-pequena, o estorninho-malhado, o pato-real, a cegonha-branca, a gaivota-prateada, o alfaiate, o borrelho, o pernilongo, a andorinha-do-mar-anã, o pisco-de-peito-azul, a petinha, a alvéola-cinzenta e a coruja-do-nabal. Um paraíso para os observadores de aves.
Nela podemos também testemunhar os trabalhos do marnoto, pessoa que trabalha nas salinas, sector que em tempos teve grande importância na economia local e nacional. Hoje o negócio do sal já não é tão rentável como foi nos anos 30, mas os produtores e marnotos que aqui ainda trabalham cuidando dos seus talhões abrem o caminho da revalorização do sal português.
O estuário do rio Mondego, com cerca de 25 km de comprimento e 3,5 km² de área, tem grande importância ecológica como zona húmida, não só de nidificação e/ou de alimentação de numerosas espécies de aves aquáticas, mas também pela existência de espécies piscícolas migratórias, como a lampreia, o sável e a savelha.
No estuário organizam-se provas de várias modalidades desportivas aquáticas, tais como vela e motonáutica e ainda de remo e canoagem. Em Montemor-o-Velho existe o centro desportivo de alto rendimento com centro náutico e pistas de atletismo cuja utilização se tem revelado útil para várias modalidades olímpicas e onde já decorreram várias provas internacionais.
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