Este blog surgiu em 2009 com o intuito de relatar uma "Viagem Incógnita" que teve início com um bilhete só de ida para a Tailândia. Uma viagem independente, sem planos, a solo, que duraria quatro anos. Pelo meio surgiu um projeto com crianças carenciadas do Nepal que viria a resultar na criação da Associação Humanity Himalayan Mountains. Assim, este blog é dedicado às minhas viagens pelo Oriente, bem como a esta "viagem humanitária", de horizontes longínquos, no Nepal.

sábado, 20 de março de 2010

Malaca

O autocarro local que apanhei na estação deixou-me na Dutch Square onde se situa o Stadhuys, a residência dos governadores holandeses na época da colonização. A Igreja de Cristo, ao fundo, tambem foi construída pelos holandeses que governaram Malaca de 1641 a 1795.

Malaca é a cidade da Malásia com maior diversidade histórica e cultural e foi declarada Património Mundial pela UNESCO em 2008. É uma terra de que se gosta logo à chegada, colorida, equilibrada, ampla, arejada, à beira-rio e à beira-mar.

Proporciona agradaveis passeios pelo rio, de barco ou a pé, seguindo o caminho pedonal que o ladeia.

No barco, uns apreciam, outros vá de dormir.

A diversidade dos povos que aqui co-habitam pacificamente está patente na comunhao de templos, igrejas e mesquitas que se espalham pela cidade.

Templo chines

Em cima a mesquita Kampung Kling e, em baixo, a Igreja de São Francisco Xavier, reconstruida em 1859 no mesmo local onde, em 1553, os portugueses tinham erguido a primitiva igreja que foi destruida pelos holandeses.

A maioria dos habitantes são malaios, chineses e indianos. O entrelaçamento destes povos deu origem aos Baba-Nonya ou Peranakan, descendentes dos primitivos chineses que no século XVI chegaram a Malaca e assimilaram a cultura e os costumes malaios, aos Chittys, descendentes dos antigos mercadores do sul da India e aos euro-asiáticos, nascidos da mistura com os europeus.

As diferenças étnicas, culturais e religiosas reflectem-se, igualmente, na arquitectura dos edificios.

A Chinatown, bairro chines, é o bairro mais caracteristico de Malaca e aqui se encontram lojas de antiguidades, de souvenirs, templos, restaurantes , cafés e locais de diversão.



Monumento ao bullock cart, o antigo transporte rural utilizado pelas classes mais abastadas.

E partimos à descoberta dos vestigios de um outro povo que também por aqui andou...

Da presença portuguesa na cidade sobrevivem a Igreja de São Paulo e a Porta de Santiago da Fortaleza de Malaca, conhecida como "A Famosa". A igreja foi mandada construir pelo capitão português Duarte Coelho em 1512. Aqui estiveram sepultados os restos mortais de São Francisco Xavier antes de serem trasladados para Goa.

Malaca foi conquistada por Dom Afonso de Albuquerque em 1511. Foi terra administrada por Portugal durante 130 anos e retirada pelos holandeses em 1641. Os ingleses assenhoraram-se do comércio em 1805 e Malaca foi anexada à Malásia.

O museu marítimo está instalado dentro de uma réplica da nau portuguesa Flora de la Mar, do século XVI, que se afundou no norte de Malaca.

Onde fazemos parte da história... Tugas? Seremos nós?

Nao de caravela mas num moderno 'anfíbio', estreamo-nos no famoso estreito de Malaca.

Situado na margem do estreito fica o Bairro Portugues...

... em que os vestigios da presença lusa transparecem nos nomes de ruas, hoteis, restaurantes. A parte disso, pouco ou nada mais.

Os descendentes dos descobridores portugueses praticam a religião católica deixada pelos missionários do Padroado Português do Oriente e falam a lingua cristã ou papiá, uma lingua crioula de base portuguesa com estrutura gramatical próxima do malaio. Mas o que por lá ouvi foi mais o ingles...

Disseram-me que só durante as festas (Natal, Entrudo, Sao Pedro) se nota mais essa herança cultural , que ainda se dedilha a guitarra de Alfama acompanhando o fado e que ainda se dança o "Vira do Minho", mas nao havia qualquer festa quando por la estive...
Visitei o Museu do Povo procurando mais informaçao.



Cozinha Portuguesa? O prato famoso é o "Caril do Diabo"?? Prato que contem mais de uma duzia de especiarias??

Fui provar. Mas nao me atrevi a experimentar o tal Diabo, nao queria sair do restaurante a arder. E o prato de 'noodles sea food' à moda portuguesa, massa com peixe e camarao, pareceu-me igual a tantos outros que ja tinha comido...
A maioria das minhas refeiçoes teve lugar na loja de cha do Yee, um contacto CS, na companhia da sua familia e da Emily, uma jovem americana de 18 anos que tambem ficou alojada comigo na casa de campo do casal.

O 'steam boat', uma preferencia chinesa
A aula sobre o ritual e a prova do cha


Almoço com Emily numa associaçao budista


Os passeios nocturnos ao longo do rio...

... ate ao lado mais moderno de Malaca,


...antes de regressar a casa, de bicicleta, com a Emily.

4 comentários:

  1. Pena é que de Portugal, agora, só conhecem o C.Ronaldo...

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  2. É verdade sim! Nos paises por onde tenho passado conhecem Portugal devido ao futebol: C.Ronaldo, Figo. Embora nao seja adepta tenho que lhes tirar o chapeu...

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  3. Estou fazendo uma releitura do que vimos no ano passado em Malaca, Kuala Lumpur, Pennag e muito mais...
    Mas afinal o que contato CS?? fiquei curiosa...

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  4. Ola Francy, obrigada por visitar o meu blog e pelos seus agradaveis comentarios. Pode consultar o esclarecimento sobre o que é o CS nos comentarios do post `Pokhara´ do mes de Junho. Um abraco

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