Enquanto os donativos vão gradualmente chegando e eu procedo à sua listagem, até agora devidamente identificada, aqui vos deixo com imagens da minha vida em Pokhara. Os encontros e os reencontros nesta pacata localidade à beira lago plantada e colorida pela exuberante natureza, numa altura em que a monção se apresenta.
Encontro o país ainda em instabilidade política no impasse da nova constituição, uma vez mais adiada. São díspares os pontos de vista de uma população heterogénea repleta de grupos desfavorecidos. Greves pontuais. Cortes de água e de energia frequentes. As mulheres lutam pelos seus direitos. Algumas, poucas, obras de melhoramento em Pokhara, uma cidade turística, mas a maioria das ruas continua assim...
No meu hotel reencontro os amigos nepaleses, conheço o Steve, inglês e deparo-me com uma Sunita mais rechonchuda mas sempre catita. Lá partimos de vez em quando para as nossas caminhadas nem que o vento nos atrase os passos.
Cheguei mesmo a tempo para o casamento da Mira e com ela assisto a outros casamentos celebrados em mosteiros. Rituais invulgares aos nossos olhos com o predominante vermelho enfeitando a festa.
Encontro a Saru grávida do segundo filho e a Nirmala casada e gravidíssima. Nesse estado de graça lá vai alimentando a vaca que todos os dias lhe ‘bate’ à porta. As vacas são aqui sagradas e há que tratá-las bem. Vêmo-las, pois, a deambular, pachorrentas, pelas ruas e passeios como quem aprecia as modas.
Reencontrei as famílias do Nar e do Devi, a Helen e o Khim e conheço outras gentes de boa índole com quem brindo aos sorrisos francos.
Por falar nisso, saio com a Jyoti que me leva a ver familiares ou a fazer compras no mercado. Visito o orfanato e divirto-me com os putos, sempre prontos para a brincadeira mas nunca descurando os estudos.
Vou a escolas dar aquela forcinha aos amigos em época de exames e vou acompanhando o percurso escolar dos pequenos ‘protegidos’. Fui entretanto com o irmão à escola da Amrita para lhe comprarmos o cinto e a gravata que ainda faltavam para compor o uniforme.
Festejo aniversários com o staff do meu hotel, um hábito raro aqui. A maioria nem está certo da idade ou do dia em que nasceu, festejar isso para quê? Não se julgam as idades, respeitam-se os mais velhos e basta. Que bom!
Levo-os a dar um mergulho no lago ou vamos ao templo da ilha com amigas que aparecem.
Passeio de barco com outros turistas que aqui conheço (neste caso alemães) e assisto aos banhos da ‘família do parapente’, uma junção suíço-brasileira com ‘produto’ nascido em território nepalês.
Reencontrei em Pokhara a Zen, maltesa e a Sophie, francesa que vivem agora em Kathmandu. E no mesmo hotel reencontrei o Chris, norueguês, desta vez acompanhado pela mãe, a Tone. Com ela compartilhei dias, noites e decisões nas compras dos seus últimos dias em Pokhara.
Nas aulas de yoga conheci a Colleen do Zimbabwe e a Juliane da Alemanha. Deixamos orações em stupas budistas, oferendas em templos hindus e trazemos pequenas recordações do centro de artesanato tibetano.
Provamos as iguarias nacionais ou internacionais (veg momos, shabaqleb, moussaka) e volta e meia lá vou deliciar-me com os ‘pani puri’ e beber sumos de frutas em ‘estabelecimentos’ locais.
Desloco-me a pé, de bicicleta, de autocarro ou de mota.
Brindo com ‘velhos’ amigos aos seus projetos em andamento e vamos recolher ideias decorativas em resorts de luxo (que também os aqui há, claro).
E foi assim que se me deparou a bandeira portuguesa oscilando num altaneiro castelo. A sócia compatrícia ausente na altura.
Recentemente, através do CS, conheci o Preet e o Reet, dois indianos aventureiros com quem partilhei refeições e experiências de viagens. E de resto vou trabalhando nas minhas traduções ou, desta vez, nas ilustrações do livro de parapente. Que também tenho que ganhar algum, pois então…
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