Este blog surgiu em 2009 com o intuito de relatar uma "Viagem Incógnita" que teve início com um bilhete só de ida para a Tailândia. Uma viagem independente, sem planos, a solo, que duraria quatro anos. Pelo meio surgiu um projeto com crianças carenciadas do Nepal que viria a resultar na criação da Associação Humanity Himalayan Mountains. Assim, este blog é dedicado às minhas viagens pelo Oriente, bem como a esta "viagem humanitária", de horizontes longínquos, no Nepal.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Mandalay



Na viagem de Kalaw para Mandalay, conheci o Stefan, um cientista austríaco que gosta de fotografia. Eramos os unicos turistas naquele autocarro nocturno com lotação esgotada. Chegámos de madrugada, apanhámos um taxi para o hotel onde deixámos os sacos e saímos para deambular pela cidade, aproveitando a luz matinal que lhe é tão querida.




O mercado proporciona sempre registos policromáticos e dinamicos para além de espelhar os hábitos locais.




Neste país maioritariamente budista, os monges, desde cedo, pedem comida pelas ruas e regressam aos mosteiros com as oferendas das pessoas.





E as pick-ups, eficientes transportes publicos, carregam de tudo...


Veem-se outros tipos de transporte e o condutor deste pitoresco autocarro veio oferecer-nos um ramo daquela flor amarela pendurada nas janelas, explicando que o Paduak apenas floresce uma vez por ano, precisamente em Abril, com o aparecimento das primeiras chuvas. A flor desempenha um papel indispensável em cerimonias tradicionais e religiosas.

Tendo em conta o que tinha ouvido do país fico surpreendida com a quantidade de pessoas que consegue exprimir-se, ainda que de forma limitada, em ingles.

Passava das 8 horas quando fomos tomar o pequeno-almoço e, em seguida, decidimos começar a visita aos locais mais interessantes desta cidade com um discreto e educado condutor de tuc-tuc que nos abordou, o Seithan.

Começámos por uma loja de artesanato ali perto. Nunca pensei que espalmar a folha de ouro desse tanto trabalho, vou lembrar-me disso quando as voltar a usar na pintura...

No templo Mahamuni Paya sao diariamente colocadas as folhas de ouro, oferecidas pelos crentes, na imagem de Buda, uma das mais veneradas em Myanmar.

E cada um deita água na imagem de Buda correspondente ao dia da semana em que nasceu, coisa que aqui toda a gente sabe. Qual será o meu dia?


Mosteiro Shwe in Bin Kyaung


Palácio de Mandalay

O complexo do Palácio de Mandalay é cercado por um forte composto por muralhas com 3,2 km de comprimento e 8 m de altura e protegido por um fosso de 70 m de largura.

Do cimo da torre do palácio temos vista para Mandalay Hill, a colina ao fundo que visitaríamos no final do dia. Este monge, turista nacional, quis tirar uma foto comigo. Os estrangeiros aqui tambem sao atracçoes turísticas...

Visitámos mais uma serie de templos, uns profusamente esculpidos em madeira, outros com imagens gigantescas de Buda, outros com escadarias e meninas de caras pintadas que nos colocam flores na cabeça à espera de um donativo.

E, por esta altura, já a minha maquina fotográfica estava cansada, sem energia, e valeu-me a menos definida mas sempre fiel PDA.

Sandamani Paya


Ao fim da tarde daquele primeiro dia na cidade, subimos a colina de Mandalay para apreciar a paisagem e o por-do-sol.


Nos dias seguintes, visitam-se "velhos conhecidos" e utilizam-se outros transportes citadinos que, de dia ou de noite, são um belo modo de deslocação pela cidade para, por exemplo, ir assistir ao espectáculo dos irreverentes Moustache Brothers.


Os Moustache Brothers são conhecidos pelas suas performances ao vivo que combinam comedia, dança clássica e crítica satírica ao regime totalitário militar birmanês.

O trio é composto por U Par Par Lay, U Lu Zaw e Maw Lu. U Par Par Lay prestou seis anos de sentença num campo de trabalhos forçados por criticar o governo numa apresentação em casa de Aung San Suu Kyi, a líder do principal partido de oposição, em Yangon, em 1996. A Amnistia Internacional liderou uma campanha para a sua libertação. Como parte das condições impostas, eles estão sob prisão domiciliar e autorizados a realizar actuaçoes apenas para estrangeiros dentro da garagem da sua casa em Mandalay.

U Par Par Lay foi preso mais duas vezes, uma delas em 25 de setembro de 2007 aquando da repressão sobre os protestos anti-governo. Repare-se na etiqueta branca colocada aos seus pés...


No hotel conversa-se sobre os ultimos acontecimentos ou sobre planos de viagem, na entrada principal ou no terraço com vistas desafogadas sobre a cidade.

3 comentários:

  1. A tua viagem é de deixar agua na boca!
    Boa continuação!
    Beijos grandes

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  2. Um grande abraço para ti, Angela, no continente, na Madeira ou em qualquer outra parte do mundo!

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  3. Gostaria muito de ter essas folhas de ouro . Como faço para comprar . Um grande abraço.

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