Este blog surgiu em 2009 com o intuito de relatar uma "Viagem Incógnita" que teve início com um bilhete só de ida para a Tailândia. Uma viagem independente, sem planos, a solo, que duraria quatro anos. Pelo meio surgiu um projeto com crianças carenciadas do Nepal que viria a resultar na criação da Associação Humanity Himalayan Mountains. Assim, este blog é dedicado às minhas viagens pelo Oriente, bem como a esta "viagem humanitária", de horizontes longínquos, no Nepal.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

HONG KONG

Cheguei a Hong Kong por mar com esta vista pela frente.
Tal como Macau, Hong Kong é uma das regiões administrativas especiais (RAE) da República Popular da China (RPC), uma cidade-estado situada na costa sul e delimitada pelo delta do Rio das Pérolas e pelo Mar da China Meridional. É conhecida pelo seu horizonte repleto de arranha-céus e pelo seu profundo porto natural.
Saí do ferry e dirigi-me para o sistema de passadeiras aéreas que ligam os vários edifícios e conduzem a 'Central', o distrito central de negócios localizado na costa norte da Ilha de Hong Kong, onde o governo e muitas corporações multinacionais de serviços financeiros têm a sua sede.
Hong Kong
E logo nos embrenhamos no meio daquela gigantesca selva vertical e nas ruas apinhadas de povo. Com uma área de 1,104 km² e uma população de sete milhões de pessoas, Hong Kong é uma das áreas mais densamente povoadas do mundo. A população da cidade é composta por 95% de pessoas de etnia chinesa e 5% de outros grupos étnicos, muitos europeus. O cantonês é a língua mais usada em casa e no trabalho, apesar do inglês também ser compreendido e falado por mais de um terço da população.
A área, com a sua proximidade ao Porto de Vitória, serviu como centro de comércio e atividades financeiras desde os primeiros dias da era colonial britânica em 1841 e continua a florescer e servir de centro administrativo após a transferência da soberania para a China em 1997.
Hong Kong tornou-se uma colónia do Império Britânico após a Primeira Guerra do Ópio (1839-1842). Originalmente confinada à Ilha de Hong Kong, as fronteiras foram estendidas em etapas para a Península de Kowloon em 1860 e, em seguida, para os Novos Territórios, em 1898. Foi ocupada pelo Império do Japão durante a Guerra do Pacífico, após a qual o controle britânico foi retomado até 1997.
Sob o princípio "um país, dois sistemas", Hong Kong, como Macau, goza de um estatuto de autonomia especial em relação ao resto da China, mantendo uma identidade muito forte.
Na visita da cidade conheci o Erez, israelita, e juntos percorremos o “Escalator”, um sistema, coberto, de passadeiras e escadas rolantes que sobrevoa as ruas de Hong Kong ligando Central aos Mid-Levels, onde se encontram os 'dormitórios' da cidade. Este eficiente sistema veio resolver muitos problemas de congestionamento de trânsito permitindo o transporte de milhares de trabalhadores desde as suas casas situadas nos níveis médios da encosta até ao local de trabalho situado nos enormes prédios lá em baixo.
Construído em 1994, o "Escalator" leva agora mais de 60.000 pessoas por dia e converteu-se numa das atrações da cidade. O sistema completo de escadas rolantes cobre uma extensão de 800m e sobe um total de 135 metros, com algumas subidas muito íngremes.
Saímos na área de Soho, repleta de restaurantes e bares.
E aqui almoçámos num restaurante... nepalês!
A era colonial teve grande influência na atual cultura de Hong Kong, muitas vezes descrita como o lugar onde o "Oriente encontra o Ocidente", e no seu sistema educacional, que costumava seguir o sistema do Reino Unido até que reformas foram implementadas em 2009.
Depois dirigimo-nos para o elétrico conhecido como 'The Peak Tram', a maneira mais rápida e cénica para chegar ao Victoria Peak, um pico a 552 metros de altura com uma vista fabulosa sobre a cidade e os seus portos. Infelizmente, apesar de não chover, as vistas não se apresentaram nítidas nesta altura.
Peak Tower
Puxado por cabos de aço, o elétrico sobe 373 metros, tão íngreme que à sua passagem os edifícios parecem inclinar-se.
Como muito do terreno de Hong Kong é montanhoso, com declives acentuados, menos de 25% da crosta terrestre do território é desenvolvido e cerca de 40% da área restante está reservado para parques e reservas naturais.
O seu pequeno território e a consequente falta de espaço causou uma forte demanda por construções mais densas e altas, o que desenvolveu a cidade como um centro para a arquitetura moderna e a tornou uma das mais verticais do planeta.
Do porto, Hong Kong tem também uma vista grandiosa que vai ganhando magia à medida que anoitece.
No Star Ferry atravessamos de Victoria Harbour, o porto localizado na ilha de Hong Kong, para o porto do outro lado, na península de Kowloon.
E desde a Avenida das Estrelas assistimos a um espetáculo sincronizado de luzes e raios lazer emanados dos vários edifícios à nossa frente e acompanhado por música, um show diário conhecido como ' A Symphony of Lights'. Pena que eu não tenha máquina capaz de captar espetaculares fotos noturnas do "skyline" de Hong Kong...
Como um dos principais centros financeiros internacionais, Hong Kong tem uma grande economia de serviço capitalista caracterizada pelo baixo nível de impostos e pelo livre comércio, sendo que a sua moeda, o dólar de Hong Kong, é a oitava mais negociada no mundo. Tem também um dos maiores PIB per capita do mundo.
Vagueei também por Mong Kok, uma área no Distrito Mong Yau Tsim na Península de Kowloon, com ruas cheias de lojas que vendem produtos eletrónicos de consumo, cosméticos, livros, equipamentos desportivos, roupas, etc. e que, ao mesmo tempo, preserva ainda as suas características tradicionais com uma variedade de pequenas lojas, barracas de comida e mercados de rua, como o conhecido "Ladies' market".
De acordo com o Guinness World Records, Mong Kok tem a maior densidade populacional do mundo.
O espaço denso também resultou numa rede de transportes altamente desenvolvida, com uma taxa de transporte de passageiros superior a 90%.
Para além do 'tram', o elétrico, e os autocarros, experimentei também o eficiente metro da cidade que inclusivamente liga a península à maior das ilhas que constituem Hong Kong, Lantau.
Lantau tem também boas ligações por ferry com a ilha de Hong Kong, transporte este que utilizei por várias vezes já que foi nesta ilha que fiquei hospedada, na pacata localidade de Mui Wo. Fiquei em casa da Karen que muito bem me acolheu. Diga-se "de passagem" que a minha estadia nestes países mais ricos na etapa final desta viagem, só foi possível graças à hospitalidade da 'família couchsurfing'...
Mui Wo, Lantau
E servindo-me de uma muito bem organizada rede de autocarros visitei vários pontos turísticos desta ilha começando por Ngong Ping, onde se localiza o Tian Tan Buda ou Grande Buda, uma enorme estátua de bronze com 34 metros de altura que pesa 250 toneladas e que se pode avistar de sítios distantes.
Tian Tan Buda
A estátua está localizada perto do mosteiro Po Lin, um importante centro de budismo em Hong Kong, e simboliza a relação harmoniosa entre o homem e a natureza, as pessoas e a religião.
Ngong Ping
Visitei também a localidade de Tai O, uma pequena aldeia piscatória ligada à produção de sal, situada numa zona de manguezais, no lado ocidental da ilha de Lantau.
É uma aldeia palafita, com casas construídas sobre estacas de madeira nas margens do rio, onde se vê à venda o tradicional peixe salgado e pasta de camarão, mariscos e artesanato ligado ao mar. Muitos turistas que aqui vêm tentam avistar perto da costa, em passeios de barco, os golfinhos brancos chineses.
Tai O
É na ilha de Lantau que se encontra o Aeroporto Internacional de Hong Kong e foi aqui que apanhei recentemente um voo direto para um outro país. Adivinhem qual...


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